Jornalismo, Brasil e o valor da informação para você
Nos últimos dias,
venho procurando desesperadamente uma nova recolocação profissional (como dizem
no jargão das empresas...), ou seja, procurando um emprego, que o meu caso é na
área de comunicação, mais especificamente em jornalismo. Aí eu me deparo com a
seguinte situação, não sem saber previamente, que mesmo que você já tenha um
diploma de nível superior, suas opções de remuneração dão uma média de R$
1.000,00. (pesquisa no site da c*tho, tá lá)
Agora, só para
comparar, passei a olhar um emprego na área administrativa e qual não foi a
minha surpresa ao constatar que mesmo quem não tem ensino superior (sequer será
exigido um "cursando" em alguns casos...), vejo que as opções chegam
a R$ 2.000,00 em média, fácil!
Vou resumir muito
bem, uma análise muito mais extensa e profunda, por que isto é papo que pode
dar um livro bem grande muito fácil: no Brasil, a informação não vale nada.
Vou deixar claro
que não tenho nada contra os profissionais da administração, nós jornalistas
precisamos deles tanto quanto de uma boa fonte. Minha namorada é da área, minha
melhor amiga é da área. Tenho muitos bons camaradas na área. E eu mesmo estou
trabalhando como assitente administrativo em uma instituição pública, olha só!
O problema mesmo fica por conta do tipo
de profissional, ou melhor, de cidadão que tem mais valor dentro de uma
sociedade, no caso, a brasileira. Quando desvalorizamos profissionais que
trabalham com apuração, análise e disseminação de informação, que podem
destrinchar emaranhados de dados e contextualizar corretamente um montante de
palavras, dizemos para todo mundo (e todo O mundo), que nós não queremos saber
o que fazer, e sim que alguém nos diga o que fazer. Nesse caso, em uma
realidade onde conhecimento e informação são a chave para corrigir e melhorar a
vida de muita gente, tratar a burocracia com mais mérito do que a informação, é
aceitar que não somos seres pensantes, e sim seres pensados.
Em tempo, a
profissão de jornalista e suas correlatas é uma das mais insalubres e perigosas
do mundo, segundo a ONU. Proporcionalmente, morrem mais jornalistas no
exercício de suas profissões do que soldados em áreas de conflito, como o
Afeganistão. Ou nos áridos cangaços do norte do Brasil
São pessoas que
deram, dão e darão a vida pelo direito dos outros de ter acesso a informação.
Se isso não vale nada, não sei o que realmente tem valor hoje.
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