Nunca antes

E já dizia o pai dos pobres.

Como nunca antes na história desse país, tivemos um fim de semana de turbulências escondidas. Pois a bagunça só interessa quando ela provoca a revolta da classe mediana, que apoia a Copa das Copas, já que é direito do povo ao pão e circo, dados por quem está no trono de espadas das oligarquias feudalista brasileiras.

Como nunca antes na história desse país, temos mais um ferido, mutilado e arrestado aos porões da intolerância nacional, disfarçada de abraços amigos e festas coloridas em tempos de 50 mil tons de cinza. Pois tá dificil mesmo enxergar no meio de tanta fumaça.

Como nunca antes na história desse país, temos carros movidos a cerveja caindo pelas tabelas do calçamento fantasiado, indo e voltando numa dança frenética de uma alegada agorafobia. Afinal, quem quer ficar no meio de uma violenta manifestação de pierrôs e buquês andantes.

Como nunca antes na história desse país, inauguramos moderníssimas instalações portuárias em litorais amigos, em planícies próximas, cheios de bons vizinhos. Lógicamente temos que ajudar a companheiragem a conquistar os seus méritos e direitos cíveis, mesmo que tenhamos que doá-los de nossos próprios bolsos.

E que, como nunca antes, na história desse país, nós estamos exercendo a nossa mais pura democretinagem, usando nosso direito de realizar a copa de todas as copas, organizada por um coringa, em nossos hospitais, delegacias e blocos pretos entoando marchinhas, coloridas de vermelho e cinza.

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